sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Vinte anos...

VINTE ANOS...



Contive a vertente do choro
Pra não transbordar a cacimba da alma
Mantive ao máximo a calma
Respirei e baldeei o pensamento
Mas juro, que por um momento
Quase perdi a ilusão
E seria grande a decepção
De ter lutado tão bravamente
E ter sobrado somente
Cicatrizes no meu coração

Revendo hoje o passado
Me enxerguei lá no início
Aprendendo um novo ofício
Sonhando com belos dias
Transformando as utopias
De minha realidade severa
Deixando pra trás uma era
De sofrimento e incerteza
Encontrando uma luz acesa
Na escuridão de uma tapera

Quanta coisa se passou
Quanta coisa aprendi
Algumas até esqueci
Por não fazer uso constante
E agora, neste instante
Remoendo minha história
Das derrotas e das glórias
Me sinto orgulhoso de tudo
Não grito, nem fico mudo
Mas relato minhas memórias

São vinte anos de lida
Num aprendizado quase diário
Mantendo meu ideário
Fui semeando meu caminho
Mas nunca estive sozinho
Durante minha caminhada
Tive família, amigos, amada
Colegas, filho e um cusco
Que quando esqueço o que busco
Norteiam minha jornada

Ainda não terminou...
Tenho muito o que andar
Daqui pra frente, mais devagar
Pois a idade está chegando
O cansaço se acercando
Mas vou aguentar até o fim
Porque uma coisa eu tenho pra mim
Nunca desistir da luta
Direcionando a minha conduta
Mostrando ao mundo porque vim.


Leandro da Silva Melo

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